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[DesignBrasil] OFF-TOPIC>>> O Brasil e o Oscar

          Prezados/as,

          Nessa 83 edição do Oscar, o Brasil esteve representado com o documentário "Lixo Extraordinário", dos diretores brasileiros João Jardim, Karem Harley e diretora britânica Lucy Walker, a obra trata da vida do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de lixo em um dos maiores aterros sanitários do mundo, localizado no Jardim Gramacho, da cidade de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.

          Mas o eleito foi o documentario "Trabalho Interno" de Charles Ferguson e Audrey Marrs, que retrata os bastidores da crise econômica que explodiu no fim de 2008 nos Estados Unidos.

          O cinema do Brasil já foi indicado 17 vezes para o Oscar.

          A primeira vez aconteceu no ano de 1959, e a produção franco-ítalo-brasileira "Orfeu Negro", ganhou na categoria Melhor Filme Estrangeiro, mas como o diretor do longa era o Marceu Camus, o título foi para os franceses.

          De lá pra cá muitos bons filmes brasileiros estiveram presentes, mas nenhum trouce estatueta alguma.

          Em 1963, "O Pagador de Promessas", do diretor Anselmo Duarte, contava com Glória Menezes, Othon Baston e Leonardo Villar e defendia a reforma agrária.

          Depois disso ficamos 22 anos sem pisar naquele tapete vermelho, e em 1985 "O Beijo da Mulher Aranha" do nascido argentino, mas criado aqui no Brasil, Hector Babenco. Participavam do filme: William Hurt, Sonia Braga e Raul Julia, que foi indicado para quatro categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. William Hurt levou o título de melhor ator, como ele é nascido em Washington, D.C, USA, a estatueta ficou por lá.

          Em 1996 o filme "O QUATRILHO" de Fábio Barreto com Glória Pires, Patrícia Pillar e Gianfranceso Guarmieri, era nossa esperança, mas o ganhador de melhor Filme Estrangeiro naquele ano foi o holandês "A Excêntrica Família de Antonia".

          O filme "O Que É Isso Companheiro"  de Bruno Barreto, de 1998, baseado no livro de Fernando Gabeira, com Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Luiz Fernando Guimarães, Cláudia Abreu e Pedro Cardoso, perdeu novamente para uma produção holandesa, chamada:"Caráter".

          Jogávamos todas as nossas fichas no "Central do Brasil", dirigido por Walter Salles, em 1999, indicado ao Oscar em duas categorias: "Melhor Filme Estrangeiro" e "Melhor Atriz", a nossa querida Fernanda Montenegro, mas quando todo o Brasil já sentia a vitória, veio mesmo foi a derrota, "A Vida É Bela" do italiano Roberto Benigni ficou com o "Melhor Filme Estrangeiro". E a Gwyneth Paltrow levou a de "Melhor Atriz" pelo "Shakespeare Apaixonado".

          Até com Pelé tentamos alguma coisa no Oscar, "Uma História de Futebol", de Paulo Machline, de 2001, mas o vencedor daquele ano foi  mesmo um filme do alemão Florian Gallenberger.

          Em 2003 foi a vez do filme do Fernando Meireles, "Cidade de Deus", mas apesar de concorrer em quatro indicações: "Melhor Diretor", "Melhor Edição", "Melhor Roteiro Adaptado" e "Melhor Fotografia", o bando do grande Zé Pequeno não trouxe absolutamente nada.

          Carlos Saldanha fez aquele belo curta de animação chamado "A Aventura Perdida de Scrat", mas em 2004, o prêmio foi para o stop motion australiano feito com massinha, "Harvie Krumpet".

          Afinal que sina é essa para com o cinema brasileiro? Nessas questões de animação e/ou documentário, ainda não crescemos bem, mas na arte de contar uma história, não vencemos apenas pelo singelo detalhe, de que enviamos títulos cujos protagonistas são gente com atuação na TV, e como todos sabemos o Oscar é um prêmio criado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, eu disse, Cinematográficas...

          Portando, quando os diretores brasileiros entenderem que um filme para funcionar no Oscar deve ser rodado com artistas de cinema e não de TV, a sina brasileira acaba.

          E as estatuetas hão de vir.

          Abraços,

          Cao

 

 

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